Amy Winehouse quer cantar na abertura da Copa

Parei a Amy Winehouse, meu caminhão virtual, na zona portuária de Rotterdam e convidei meu alterego para bebericar umas brejas geladas em algum puteiro da região.
Afinal, há mais de 500 anos que Rotterdam é uma zona portuária cheia de puteiros. O Brasil ainda era dos tupinambás e Rotterdam já era um grande puteiro.
Sentei no bar e a Amy saiu atrás de um baseado para chapar, então peguei o tablet dela emprestado e comecei a ler as notícias do meu amado Brasil varonil como um bom sadomasoquista que sou, ou como diz a Amy, tenho Síndrome de Estocolmo.
Não pelo Brasil varonil, mas por sua imprensa que transforma o Brasil no Haiti por vontade política das suas elites que adorariam que o Brasil fosse o Haiti.
Passando um pano rápido pelos jornalões criminosos e conservadores e eis que uma notícia me chamou a atenção.
Todos estavam secando a pimenteira do projeto Andar de Novo, um projeto liderado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis e do qual participam 156 pesquisadores do Brasil, EUA, Inglaterra, França, Suíça, Alemanha, Portugal, Chile, entre outros países. O objetivo dessa pesquisa, no futuro, é permitir que paraplégicos possam andar novamente através da robótica aliada a neurociência.
O Miguel Nicodelis, cientista brasileiro é uma das maiores autoridades no campo da neurociência no mundo e em 12 de junho, na abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão, em São Paulo, o mundo assistirá ao vivo a demonstração de um salto da ciência: um jovem paraplégico, “vestindo” uma “roupa robótica” (exoesqueleto), dará o chute inaugural na cerimônia.
Porém, Nicolelis e o projeto Andar de Novo estão sendo alvejados por alguns pesquisadores que tentam transformar esse momento histórico da ciência brasileira em algo ruim.
Engana-se quem acha que por trás desses ataques estejam razões puramente científicas.
Há guerra de egos, inveja do sucesso alheio, brigas pelo poder, disputas por verbas e até motivos ideológicos. Nicolelis vota abertamente em Lula, Dilma e no PT. E os seus pares (a esmagadora maioria) e a mídia não perdoam o seu posicionamento político. Um dos seus críticos é antipetista.
Ou seja, por questões políticas eleitoreiras estão querendo foder a Petrobrás e agora um projeto que pode tirar o sofrimento de paraplégicos do mundo todo.
“Essa gente não tem escrúpulos quando se trata de briga pelo poder”, pensei com meus botões depois da terceira cerveja.
A Amy voltou meio chapada e perguntei se ela tinha guardado um pouco para mim, ela respondeu para eu ficar com as minhas brejas.
Falei sobre a notícia que estava lendo ela ficou passada e comovida e disse “Depois a maluca sou eu!”
Pegou o seu violão no caminhão e começou a dedilhar uma canção nova dizendo que ia cantar na abertura da Copa do Mundo no Brasil enquanto um paraplégico daria o chute inicial do evento dançando ao som da soul musica da Amy.
Dessa vez quem se comoveu foi eu.

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