Nada é tão comum ou tão especial assim

A gente sempre acha que nasceu para algo inusitado, especial, que estamos estrelando algum filme onde a gente sempre vai sair ganhando ou se dar bem no fim.
Ao mesmo tempo temos a sensação que em algum lugar deve estar acontecendo aquela “Grande Festa” e que nenhum filha da puta nos convidou.
A nossa angustia faz parecer que a felicidade está com os outros, menos com a gente.
Isso nos dias ruins.
Nos dias bons a gente acha que o mundo é nosso, que podemos tudo, que nada nos atinge e se atingir vai ser um belo dia para morrer.
Tem dia que nem o “especial” nos encanta ou seduz e tudo parece ser muito sem graça.
Isso não é depressão, é só tristeza oriunda da nossa angustia existencial, aquela que bate quando a gente lembra que não sabemos porra nenhuma de nada, de onde viemos, para onde vamos, quem somos e a puta que o pariu.
Porem é essa mesma angustia que nos alimenta e nos empurra como setas soltas no ar voando em direção ao nada.
Se não se importar em chegar ou acertar o alvo você tem chances de ser feliz.
Se for um neurótico obsessivo por chegadas ou alvos, estará irremediavelmente fadado a ser trouxa.
O bom é viver o nosso fato bem normal, o nosso cotidiano xarope.
Sem parar de pensar que aquele por do sol que você nunca viu pode estar no próximo fim de tarde.
Mas que a porra do feijão está queimando na panela de pressão e você não tem cozinheira porque você não é pop star.
Quanto as drogas, o sexo e o rock in roll eles vão continuar existindo.
Com ou sem você.
Sua besta!

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