Quando a pessoa toma nojo


Tem coisa que não entra nem pagando quando a gente passa por uma experiência traumática.
O Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, nunca mais vai querer jogar no Flamengo e dizer que é flamenguista desde pequeno, beijar o escudo e dizer que virou Ronaldinho Carioca.
Japonês que pega loira, por exemplo, esse vai pensar duas vezes antes de ir no puteiro pegar a amiga da esposa loira, só de pensar em virar picadinho e caber dentro de uma mala, o japa fica ligado.
Duvido que o mesmo japa não vá ficar traumatizado em ver na novela Avenida Brasil o Cadinho pegar mulher de penca e elas só fazem barulho feito maritacas, mas convivem harmoniosamente numa boa sem a menor pretensão de esquartejar e colocar em uma mala o pobre coitado.
A minha experiência traumática, e tenho certeza caro amigo navegante, que todo mundo tem uma, é tartaruga e Montilla.
Juntos ou separados.
Esses dois itens nem com nojo, como diz o caboco.
Esse trauma veio da adolescência onde se começam os grandes vícios.
Fui chamado para uma festinha regada a tartarugada em uma época que comer tartaruga na Amazônia não era crime nem dava culpa.
As tartarugas amazônicas são imensas e o que sobra no casco é hábito fazer um tal de sarapatel misturado ao sangue ou sei lá o que.
Coisa de gente primitiva relembrando a brutalidade dos tempos das cavernas.
E nessas de ir degustando a tartaruga item a item, para rebater a bebida da moda era run Montilla, uma tal de Cuba Libre, run com Coca-Cola e limão.
Quando a gente é jovem e tem saúde faz tudo exageradamente.
Se apaixona exageradamente, parece que a cada paixão vai morrer e esquece que semana passada a paixão era outra.
Vive como se cada dia fosse ser o ultimo e que só assim vale a pena viver.
Quanta saudade dessa inocência e ignorância maravilhosa.
Lá pelas tantas começou a dar um enjoo e um siricutico no buxo.
Só deu tempo de correr para o banheiro, arriar as calças e desovar.
Desovava e vomitava.
Quanto mais eu vomitava e desovava, mais eu desovava e vomitava.
Foi tanto que até os braços caíram ao largo, sem forças para levantar e nem para me limpar.
Que situação!
Cheguei a pedir a um Deus que sequer eu acredito que me levasse.
Tava dando não!
Fiquei horas abandonado naquele banheiro fétido porque nenhuma viva alma quer sua companhia numa situação calamitosa dessas.
Quando sai de lá horas depois todo combalido jurei para mim mesmo que nunca mais ia beber na vida e nunca mais ia comer tartaruga.
Beber eu continuei, mas Montilla não posso nem ver o rotulo.
O resto eu traço.
Quanto a tartaruga mando prender quem vier me oferecer.
Essa é minha contribuição para o planeta e para o Rio+20.

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