A web cam e o vibrador


Muito pouco se sabe sobre o que se passa na mente humana apesar de todos os estudos feitos, de toda a ciência e de toda a tecnologia. Nossos corações e mentes continuam sendo uma fortaleza inexpugnável para a curiosidade infantil da religião predominante chamada ciência, ainda bem. Sem o encanto do mistério acaba toda possibilidade de poesia. Sem os segredos da alma nada mais se revelaria, e a vida seria muito pobre.
Porém a mesma curiosidade infantil que pode ser tão obvia e chata, cria tecnologias e brinquedos interessantes para o deleite da raça humana, inclusive o meu. Entre eles a web cam e o vibrador. Juntos fazem uma dupla que se usadas da forma correta são extremamente úteis para ajudar no processo de busca da felicidade, único compromisso que um ser humano decente deve ter nessa vida ordinária.
Navegando como um vagabundo depravado pelas ondas da internet, surfando em mares pecaminosos das salas de bate papo que permitem imagens pornô, uma criatura me aborda. Uma mulher com nome de Mercedes. Ela disse que estava adorando as imagens de sexo anal que eu estava mandando paras as salas. Coisas que aprendi a fazer para melhor abordar a mulherada que freqüenta esse meio doentio e sórdido. Trocamos msn, um programa chat que permite falar, mandar arquivos e até conversar por web cam, tudo em tempo real. Descobri que Mercedes era na verdade Julia, uma gata linda de Pouso Alegre, Minas Gerais. E que adora usar brinquedinhos e ser vista na rede. Uma excelente amostra da verdadeira mulher mineira, recatada, católica apostólica romana.
Ela usa o vibrador com se fosse a ultima refeição de um condenado a morte. Adoro ver a doida manipulando seu brinquedinho diante da web cam para eu ver.
Ficamos amigos e rola até saudade quando ela fica dias sem entrar. Conversamos sobre outras coisas além de sexo virtual e suas virtudes. Falamos sobre namorados que não batem um bolão, que deixam a namorada dias sem orgasmos, sobre o valor asséptico do uso do vibrador, se camisinha é necessário na hora de usar o treco...enfim, trivialidades que qualquer namorado normal conversaria com sua amada no sofá da casa dos sogros.
Viajei durante o feriado do carnaval e andei pegando mulher de carne e osso, só pra sentir a diferença. Tem muita não, às vezes é até pior, vem no pacote um monte de demandas aborrecentes, seqüelas irreversíveis, como neuroses, coisa pior que aids ( Sei que falando assim devo parecer um prato cheio para um psicanalista lacaniano que adora a palavra sublimação...de cú é rola como diria o caboco ). Sei que quando acessei novamente o msn ao voltar do feriadão, encontro minha amiga inconsolável, triste, dizendo-se morta de saudades, que eu a tinha abandonado, que sem mim do outro lado da cam, brincar com o vibrador não tinha a menor graça. Que tinha suspeitas que alguns sintomas do que estava sentindo seria indício de estar se apaixonando por mim. Fiquei comovido, tocado, flechado.
Entre a web cam e o vibrador, com certeza, mora um coração. Pouso Alegre fica 300 kms do Rio. Vou ter que ir lá ver meus pais em breve.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quem diria, a Sandy gosta de sexo anal

Clodovil e o mito dos dois caixões

Deputada Mirian Rios quer proibir o sexo anal... dos outros.