Manual para emprenhar urna eletrônica


Talvez por abrigar o pólo industrial eletro eletrônico e ser a terra do afamado Boto Tucuxi, político conhecido por emprenhar urnas, que no Amazonas se desenvolveu a única escola tecnológica de engravidar urna eletrônica.
Não é usando craker, hacker ou coisa do gênero. O esquema é muito simples. Caciques políticos donos ou concessionários de empresas de comunicação inventam um programa populesco assistencialista evangélico e/ou policialesco de baixo nível, que às vezes até prende algum pobre miserável ladrão de galinha, como se tivesse poder de policia, para expô-lo na televisão, como brinde, para outros pobres miseráveis eleitores ver, no bom estilo mundo canis, distribuem ranchos e fazem campanha política eleitoreira ilegal, durante o ano todo, para depois se candidatar a algum cargo no legislativo ou executivo para trabalhar como uma matilha de lobos, em benefício próprio.
Essa técnica de assalto dos cargos públicos começou pelo conservador e direitista estado do Paraná e se alastrou pelo resto do Brasil e era conhecido como o “golpe do narco apresentador”, talvez porque narcotiza a consciência cidadã das camadas mais pobres da população.
Quando uma empresa de comunicação se especializa em fazer política partidária, esquecendo que ela tem obrigações e normas para poder funcionar, desafiando o conceito de democracia dentro de um grupo social, abre-se o caminho para estados de exceção, de estupro das instituições que fundamentam um estado democrático. Aqui nas terras barés a coisa evoluiu para um esquema muito mais sofisticado. Virou um negócio de família que rapidamente se transformou em algo de escala industrial. Tem peça de reposição, refil e tudo. Entra um para a câmara dos vereadores, depois sai no meio do mandato e se candidata para outro cargo para em seguida eleger com a exuberância dos seus votos, um filho, um irmão, uma esposa ou um sócio da igreja. Se tirar foto de uma sessão da câmara parece álbum de Família Soprano. Assim tomam de assalto todos os postos públicos, começando pelo legislativo e se alastrando para o executivo. Claro que com a conivência do judiciário, que apesar de saber que essa prática não é contra lei, fica estranhamente silencioso assistindo essa modalidade “legalizada” de atentado contra a democracia.
Os partidos políticos servem somente de fachada para abrigar essas figuras que saem das sombras, pois na verdade o esquema é empresarial. A bancada dos apresentadores, que usa esse golpe, está se solidificando como um esquema em larga escala, aos moldes da Máfia. Antes eram universidades, partidos políticos, sindicatos, etc., que fabricavam candidatos a vida pública, agora eles aparecem como gafanhotos vindo direto dos estúdios das redes de rádio e televisão, fazendo jornalismo denuncista e assistencialista de quinta categoria, verdadeira campanha eleitoreira tendenciosa beneficiando certos caciques políticos e ao arrepio da lei prejudicando outros, cometendo crime eleitoral, e esses the boss saem para cargos majoritários plantando, definitivamente, o ovo da serpente em todas as esferas do poder e com larga margem para a corrupção, pois quem deveria fiscalizar é sócio no negócio. E o eleitor com cara de leso vendo o plano todo se concretizando. Não adianta urna eletrônica se não fizer reforma na lei eleitoral, proibindo essa prática descarada de arapuca contra as instituições básicas para o funcionamento de um estado de direito democrático.
Nessa eleição mais algumas crias dessa modalidade de golpe contra a democracia conseguiram se eleger. Se vacilar, mais da metade das cadeiras disponíveis estão embaixo da bunda da quadrilha. Eles saem do mundo virtual para o mundo real, do dólar, do euro... e deixam a coitada da urna eletrônica grávida, mãe solteira. Nem teste de DNA vai identificar quem é o pai, e no fundo, estamos todos órfãos, principalmente a camada mais pobre da população que é usada descaradamente no golpe.
Viva o Brasil! Viva a pátria que pariu!!

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